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A Terapia do Movimento: como o exercício ajuda a superar a ansiedade, depressão e a melhorar a saúde mental

Por Maria Clara Leal e Vanessa Cristina Ferreira, alunas do 3° período de jornalismo pela UESPI, Picos


Você já parou para pensar no impacto que uma simples caminhada ao ar livre pode ter na saúde mental? Esta prática pode reduzir significativamente os níveis de estresse e movimentar o corpo não é só sobre estética, e sim um poderoso aliado no cuidado com o emocional e uma ajuda para combater a ansiedade e a depressão de forma natural e acessível.

Disponivel em: www.freepik.com
Disponivel em: www.freepik.com












A rotina diária acaba nos colocando em ritmos desenfreados de afazeres e responsabilidades, que criam um terreno propício ao desencadeamento de estresse e ansiedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas, que corresponde a 9,3% da população.


 De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, em 2019, cerca de metade dos adultos não atingiu a recomendação mínima de prática de atividade física recomendada pela OMS. 


Um bom aliado para a diminuição desses índices seriam as atividades físicas. Ao exercitarmos, o nosso cérebro reage como se ganhasse um presente, liberando substâncias como endorfina e serotonina, que são também conhecidas como “hormônios da felicidade” e trazem uma sensação de alívio e bem-estar que pode ser duradoura. 


A psicóloga Juliana Dias destaca que a prática regular de atividades físicas não se limita a trazer benefícios durante os exercícios em si, mas estende seus efeitos positivos ao longo de todo o dia, especialmente quando realizada pela manhã.

Juliana Dias / Reprodução: Instagram 
Juliana Dias / Reprodução: Instagram 

"A atividade física ajuda até no processo da pessoa dormir melhor e acordar mais disposta. Por essa razão, aconselho a fazer atividade física logo pela manhã, principalmente para quem tem problemas de saúde mental. Porque, ao exercitar, você já começa o dia liberando endorfina. E a endorfina traz esse bem-estar e prazer", afirma a profissional.



Além disso, a atividade física melhora a qualidade do sono, fator importante no tratamento de problemas mentais. A falta de descanso adequado pode agravar ainda mais os sintomas dessas condições, colaborando para a criação de um ciclo vicioso de ansiedade e exaustão. Por isso, ao adotar uma prática regular de exercícios, não apenas se aliviam as tensões emocionais, como também se cria um ciclo de bem-estar contínuo.


Ruthy Costa, 39 anos, tem uma rotina diversificada: o CrossFit é sua atividade principal, que pratica quase todos os dias. Além disso, ela inclui ciclismo e corrida em sua semana, buscando equilíbrio e bem-estar em cada modalidade, e compartilha um pouco de sua experiência. 

Ruthy Costa / Reprodução: Instagram
Ruthy Costa / Reprodução: Instagram
“Eu sofria muito com insônia. A última vez que tive uma crise de insônia, antes de começar uma rotina diária de atividade física, eu passei mais de um ano tomando mais de dez medicamentos por dia, pois todas as minhas taxas hormonais, ferro, tudo, estavam desequilibrados. Foi a atividade física que me fez conseguir ter esse controle, tanto das questões físicas, corporais, mas principalmente do controle da mente”, enfatiza a praticante de esportes.

A prática de atividades físicas também desempenha um papel importante ao promover interações sociais com diferentes pessoas, que variam conforme a modalidade esportiva escolhida, como dança, esportes coletivos e caminhadas em grupo. 


Este contato humano é valioso para pessoas que enfrentam quadros de depressão, oferecendo um senso de pertencimento, apoio mútuo e novas interações sociais que podem favorecer o avanço do tratamento. Nesse sentido, a psicóloga Juliana Dias explica.


“No caso de depressão, eu aconselhava a pessoa a praticar atividades em grupo, como aulas de dança, para promover contato com outras pessoas, ou atividades ao ar livre, para ter exposição ao sol e interação social. Evitava recomendar atividades em ambientes fechados. No entanto, isso sempre variava conforme a necessidade apresentada no consultório. Ainda assim, provavelmente 90% ou mais dos terapeutas recomendam atividade física”, ratifica a psicóloga.

A prática de atividades físicas no tempo livre tem apresentado um aumento significativo no Brasil, conforme dados publicados, em 2022, pelo Ministério da Saúde. A proporção de adultos que dedicam pelo menos 150 minutos semanais a exercícios moderados durante o tempo livre subiu de 30,3% em 2009 para 36,7% em 2021. O avanço foi mais expressivo entre as mulheres, passando de 22,2% para 31,3% no mesmo período. 


O crescimento reflete uma maior conscientização sobre os benefícios das atividades físicas, incluindo os impactos positivos na saúde mental, como a redução do estresse e o combate à depressão e ansiedade.


O avanço é exemplificado pela experiência de Ruthy Costa, que compartilha como a atividade física se tornou uma aliada fundamental em sua rotina, especialmente em momentos de grande pressão. 

"Eu comecei essa rotina de atividade física de maneira mais intensiva no começo de 2020, pouco antes da pandemia. E quando começou a pandemia, eu não parei. Continuei fazendo atividade física mesmo em casa. Foi um período em que eu estava no finalzinho do mestrado, terminando o trabalho, estudando e trabalhando normalmente. Era um pico de estresse muito grande", relembra. 

A prática regular de exercícios, adaptada às condições e preferências de cada pessoa, é essencial para o bem-estar emocional. A psicóloga Juliana Dias destaca que atividades físicas comprovadamente ajudam a melhorar o humor e reduzir o estresse, incentivando práticas acessíveis, como caminhadas, especialmente em momentos de cansaço ou tristeza. 


Ela ressalta que é importante adaptar a escolha da atividade às necessidades e limitações de cada pessoa, evitando práticas intensas sem acompanhamento, quando necessário, e priorizando modalidades que proporcionem segurança e prazer. Para Juliana, qualquer forma de exercício contribui para o bem-estar geral.


Essa perspectiva também é compartilhada por Ruthy Costa, que encontrou nos exercícios uma aliada indispensável para lidar com desafios pessoais. 

“A atividade física me ajudava no controle da ansiedade, para conseguir me concentrar melhor na escrita e no estudo, e controlar os picos de estresse. Hoje, percebo o quanto ela foi crucial nesse período tão intenso”, afirma Ruthy, destacando o impacto transformador que o hábito teve em sua rotina.


Para quem deseja iniciar a prática esportiva para uma melhora da saúde mental, Ruthy Costa aconselha. 

“Comece. É comum arrumar desculpas, como falta de tempo por causa do trabalho, dos estudos ou das tarefas de casa. Mas se você não reservar nem 15 minutos por dia para atividade física, nunca vai começar. O importante é dar o primeiro passo é manter a regularidade, porque isso faz toda a diferença.”, reforça.

Incorporar a atividade física à rotina não é apenas uma escolha para o corpo, mas também uma poderosa ferramenta para o equilíbrio emocional. Como vimos através dos relatos de Ruthy Costa e conselhos da psicóloga Juliana Dias, os benefícios para a saúde mental são claros e acessíveis a todos. 




 
 
 

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