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UESPI realiza pesquisa sobre alimentação alternativa para aves

Por Laura Moreno



Zootecnista e banca examinadora da pesquisa apresentada
Zootecnista e banca examinadora da pesquisa apresentada

A Agricultura Familiar, atividade socioeconômica e ambientalmente relevante, engloba práticas como a Avicultura Caipira, a produção de sementes e animais crioulos e a fruticultura. Esses sistemas sustentáveis priorizam baixa dependência de insumos externos, promovendo resiliência econômica e preservação ambiental.


Com a redução das áreas de criação, as aves caipiras, antes alimentadas com milho e criadas extensivamente com recursos naturais, desde sementes a insetos e vegetais), passaram a ter déficit proteico por conta da falta de insetos. Assim, os agricultores buscaram alternativas para recompor essa dieta, fato que levou à pesquisa da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) sobre produção de insetos como Tenébrio.

Pesquisadora analisando grupo de larvas do besouro-do-amendoim
Pesquisadora analisando grupo de larvas do besouro-do-amendoim

Embora as espécies mais utilizadas para alimentação de aves sejam o Tenébrio molitor e o Tenébrio gigante, os pintinhos apresentam dificuldade na alimentação devido ao tamanho destes insetos. Com isso, a UESPI resolveu desenvolver um estudo específico sobre o uso das larvas do besouro-do-amendoim (Ulomoides dermestoides) na alimentação de galinhas caipiras, pois o tamanho das larvas deste besouro é mais adequado para a alimentação não só de aves adultas, como também de pintinhos.


A pesquisa, realizada pela zootecnista Gabriela Lima, no Núcleo de Biotecnologia e Biodiversidade do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UESPI, em Teresina (PI), analisou a viabilidade técnica e econômica para se utilizar estas larvas como suprimento alternativo de proteína.


Assim, foi possível confirmar que a criação desses insetos surge como estratégia vantajosa, pois sua produção ocupa menos espaço, consome pouca água, reduz emissões de gases-estufa e oferece proteína de alta qualidade, sendo uma opção viável para os produtores adotarem.


Essa solução mantém a saúde das aves e a essência natural da criação caipira, alinhando-se aos princípios agroecológicos. A espécie demonstrou precocidade, além de as larvas destacarem-se pela facilidade de manejo, captura e ingestão. Além disso, esta solução reduz a dependência de milho/soja, aumenta a rentabilidade dos produtores e fortalece a sustentabilidade da Agricultura Familiar ao utilizar insumos intra-propriedade.


Solucionar a demanda por proteína para aves caipiras significa atender, de acordo com o Censo Agropecuário do IBGE em 2024, a 77% das propriedades rurais, possibilitando renda e reforçando a resiliência produtiva, integrando pilares ambientais, sociais e econômicos.

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Besouro-do-amendoim e larvas (Ulomoides dermestoides)
Besouro-do-amendoim e larvas (Ulomoides dermestoides)
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