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Vida de calouro: desafios e a jornada de adaptação à Universidade

Atualizado: 20 de dez. de 2024

Por Maria Rita Leal Aguiar, aluna do 3° período de jornalismo pela UESPI, Picos


Deixar a cidade natal para encarar a vida universitária envolve muito mais do que aulas, é a abertura de um novo ciclo de vida. Estudantes do interior de Inhuma, Piauí, e de Serrolândia de Pernambuco relatam desafios como distância de casa, adaptações ao campo universitário, a construção de uma nova rotina e  como encaram a saudade e o aprendizado sobre independência e convivência.


Mudar de estado, viajar todos os dias para estudar traz uma mistura de emoções e o medo do desconhecido marca o início de uma jornada de transformações.


A estudante Roberta Diniz é uma das pessoas que entraram nessa rotina. Natural de Serrolândia no Pernambuco, veio para Picos estudar na Universidade Estadual do Piauí e trouxe na sua mala os sonhos e a saudade de casa.


“Durante os meus 17 anos, nunca tinha saído de perto da minha família, consequentemente, a despedida foi carregada de sentimentos e lágrimas. Deixar a minha família e o conforto de casa foi extremamente difícil, mas a vontade de seguir a minha paixão pela comunicação e orgulhar a minha mãe e a minha avó me encorajou e me encoraja diariamente”, disse Roberta Diniz caloura do Curso de Jornalismo na UESPI de Picos.
Roberta Diniz, aluna do 1° período do Curso de Jornalismo na UESPI-Picos. Foto: Arquivo Pessoal.
Roberta Diniz, aluna do 1° período do Curso de Jornalismo na UESPI-Picos. Foto: Arquivo Pessoal.




“Os obstáculos, que a princípio pareciam imensos, hoje não são mais tão assustadores quanto eu pensei que fosse”- Roberta Diniz  







A chegada à universidade cercada por pessoas com o mesmo intuito reforça essa sensação de estar no lugar certo. Para uma jovem  como Roberta, de outro estado, cada projeto se torna um passo para superar os desafios.

Entrar na  universidade pela primeira vez, ver o campus repleto de pessoas com os mesmos sonhos e interesses me fez sentir que  estava no lugar certo. Ali estava sabendo que cada disciplina, cada debate, cada projeto seria um passo mais próximo de me tornar o jornalista que sempre sonhei ser.  Acredito que a mudança foi um marco fundamental para a realização do meu sonho. Os obstáculos, que a princípio pareciam imensos, hoje não são mais tão assustadores quanto eu pensei que fosse”, falou a estudante. 

No espaço acadêmico, a falta de um restaurante universitário dificulta ainda mais a rotina de quem precisa conciliar os estudos e a responsabilidade de morar sozinho.

“Na universidade, a ausência da cozinha comunitária é outro grande problema. Além disso, morando sozinha, há a constante saudade da família, a falta do aconchego do lar e o peso de ser responsável por tudo. Conciliar os estudos com as tarefas de casa é um desafio à parte: limpar, cozinhar, organizar e, ao mesmo tempo, estudar para as provas e dar conta dos trabalhos”, destaca.

 Ao chegar e até a volta para casa, os desafios com o transporte público são marcados por atrasos e superlotação,  a rotina que parecia ser impossível vem sendo ajustada por Roberta. Apesar da intensidade da rotina, ela enfatiza a experiência que embora seja desafiadora, representa uma oportunidade única de aprendizado e crescimento.

 “Os ônibus sucateados demoram e lotam, fazendo com que o estresse do transporte se estenda até o fim do dia. A rotina é intensa, mas não é impossível, principalmente por ser uma oportunidade única de aprendizado e crescimento. Organizando tudo direitinho, no fim dá certo”, lembrou ela.

“Entretanto, sigo firme e sempre com muita fé! Pois, aprendi que:“É justo que muito custe o que muito vale”Santa Teresa D’ Ávila”. -Roberta Diniz 


Conciliar a vida acadêmica com os desafios pessoais sem conseguir ajustar a rotina com um emprego formal torna essa jornada ainda um pouco mais difícil. Roberta atualmente não está trabalhando, pois não consegue conciliar os horários de aulas:


“Atualmente, não estou trabalhando porque os horários de um emprego CLT não se encaixam com a minha rotina universitária. Além disso, também preciso de um tempo para descansar, algo essencial para manter minha saúde mental e física em dia. Por enquanto, prefiro focar totalmente nos meus estudos, mas em uma realidade não tão distante pretendo iniciar um estágio remunerado na área da comunicação. Assim, consigo ajudar com minhas despesas e evoluir na minha área”, disse.

Para quem escolhe lutar por um sonho, os custos não se limitam ao financeiro. Roberta compartilhou suas reflexões sobre a vida acadêmica, destacando as lições aprendidas ao longo de sua jornada. Ressalta que ainda que os sonhos exigem perseverança, esforço e superação.


“A vida acadêmica é uma trajetória repleta de lições valiosas que nos moldam e nos ensinam muito sobre perseverança, esforço e os desafios de buscar um sonho. Não apenas no financeiro, mas também no emocional”. As longas noites de estudo, as dificuldades de conciliar tarefas, a saudade de casa e as limitações que surgem ao longo do caminho são preços que precisamos pagar para alcançar nossos objetivos. Entretanto, sigo firme e sempre com muita fé! Pois, aprendi que:“É justo que muito custe o que muito vale”,Santa Teresa D’ Ávila”, finalizou Roberta.

Conduzida ao mesmo destino, que é realizar um sonho que cresceu no seu coração, a aluna do 1° período do curso de Pedagogia na UESPI- Picos, Maria Paula Aguiar, relatou um pouco dos seus maiores desafios desde o início. Ela se  desloca do interior de Inhuma-Piauí a Picos enfrentando 70 km todos os dias até a universidade. 


Maria Paula Aguiar, aluna do 1° período do Curso de Pedagogia na UESPI-Picos. Foto: Arquivo pessoal.
Maria Paula Aguiar, aluna do 1° período do Curso de Pedagogia na UESPI-Picos. Foto: Arquivo pessoal.
“Sair do interior de Inhuma todos os dias para o centro da cidade para poder pegar o ônibus, me deslocar até a Universidade em Picos-PI e voltar todos os dias às 23:00 h da noite é extremamente cansativo. Está sendo um mês após o outro, acredito que será difícil até o final do curso lidar com o medo e a ansiedade de estar vivendo uma fase nova e que a todo momento você é cobrada por uma coisa, é de se amedrontar”, disse ela.


As diferentes abordagens de ensino e avaliação podem revelar muito sobre o processo universitário. A transição do ensino médio para o ensino superior, marcada por mudanças na forma de cobrança e no ritmo das aulas,é um desafio que muitos enfrentam.

“O que mais me surpreendeu foi a forma que é avaliada a turma, de como é cobrada as notas, pois eu venho de uma escola que não me deu uma base tão necessária para o desempenho acadêmico, mas sim apenas para fazer uma prova e passar de ano, algo muito raso”, detalhou a estudante.

Entre as experiências compartilhadas, os medos e inseguranças na jornada de adaptação, o suporte dos professores, dos funcionários, contagiam e transformam essa jornada acadêmica bem mais leve.


“Para mim foi muito bom e me confortou, a forma como os professores nos acolhem e nos ajudam no que precisar, as tias da limpeza são um amor e estão ali para nos apoiar dando assim um conforto de que estamos em casa”, finalizou Maria Paula.

 


 
 
 

1 comentário


Lara Andrade
Lara Andrade
19 de dez. de 2024

Muito bom! Que matéria maravilhosa ✨

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